Finalmente chegou aos cinemas, o filme que conta um pouco da história de Bob Marley, o cantor de reggae mais famoso da atualidade. Apesar de abordar apenas um período da história do cantor, o roteiro ficou muito simplista e superficial, pois mesmo sendo emocionante em alguns momentos, não consegue se aprofundar na importância dele como símbolo de luta e resistência pela paz.

Sob direção Reinaldo Marcus Green e produção-executiva de nomes de peso como Brad Pitt, o longa começa com um evento marcante em 1976, quando Marley sofre um atentado após anunciar um show pela paz em meio a pior crise política que a Jamaica viveu, e segue até a descoberta do câncer e do lançamento de canções como Redemption Song, última faixa do nono álbum de Bob e do The Walers, Uprising. E aí, está o problema, o filme foca demais nas músicas e deixa de lá, o grande ícone da paz que Bob foi, falhando em transmitir com clareza a profundidade de sua mensagem para o público.

Outro ponto negativo do longa é a atuação fraca de Kingsley Ben-Adir como Bob Marley, sua performance não é ruim, mas não consegue transmitir o poder e a emoção das letras de canções como “No Woman, No Cry” e One Love”, por exemplo. O pior mesmo, foi a incapacidade de familiares em construir um roteiro, que mostrasse que, além de um músico extraordinário, Bob lutou muito contra o racismo e a opressão vivida por seu povo na Jamaica.

Porém, um ponto positivo são as ótimas cenas de Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch (A Mulher Rei), que faz Rita Marley, esposa do cantor que foi fundamental para sua ascensão na música.

Para finalizar, podemos dizer que One Love é uma carta de amor aos fãs, a Bob, ao reggae e à filosofia rastafari. E mesmo sem  alcançar totalmente sua grandeza, ainda é uma boa experiência e promete emocionar quem sempre quis ouvir a voz do astro com qualidade de cinema.