Confinado (2025): Preso no próprio potencial

Confinado parte de uma proposta que chama atenção: colocar Anthony Hopkins e Bill Skarsgård frente a frente em um thriller de espaço limitado e tensão crescente. A fórmula tem potencial — e já deu certo em outros filmes — mas aqui, o resultado é mais contido do que envolvente.

A trama gira em torno de um assaltante que se vê preso dentro de um carro de luxo, só para descobrir que caiu numa armadilha cuidadosamente montada por um homem mais velho, interpretado por Hopkins. A ideia inicial é promissora e o ambiente restrito é bem utilizado para construir suspense, mas o roteiro acaba sendo mais direto do que profundo. Ele sugere debates sobre culpa, punição e redenção, mas apenas encosta nesses temas, sem se comprometer com uma discussão mais densa.

Do ponto de vista técnico, o filme é bem resolvido. A direção de David Yarovesky sabe trabalhar o espaço reduzido sem deixar o visual monótono. A fotografia é eficiente e a edição ajuda a manter a tensão, mesmo quando o roteiro não oferece muito com o que trabalhar. A trilha sonora é discreta, mas pontual.

Hopkins está, como sempre, sólido. Ele carrega seu papel com a autoridade e o controle que já se tornaram sua marca. Skarsgård, por outro lado, entrega intensidade, mas seu personagem não tem muito espaço para crescer. Fica a sensação de que ele está ali mais como peça de reação do que como um personagem de verdade.

No fim das contas, Confinado é um filme que entrega um suspense funcional e bem produzido, mas que opta por uma abordagem segura demais. Com um elenco desse nível e uma premissa carregada de possibilidades, dava para ir muito mais longe. É um bom exercício de tensão, mas que deixa a impressão de ter jogado no modo fácil.

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