Shadow Force: Tenta Ser John Wick, Mas Nem Chega Perto

Direção fraca, ação genérica e um desperdício de talento em um filme que tinha tudo para dar certo, mas tropeça em cada passo.

⚡ Uma premissa promissora (mas só no papel)

A história de Shadow Force parte de um conceito já testado e potencialmente eficaz: dois ex-agentes de elite — também ex-cônjuges — precisam se unir novamente para proteger o filho de uma organização secreta que quer eliminá-los. Parece empolgante? Poderia ser. Mas o que vemos na tela é uma versão diluída de dezenas de outros filmes, sem identidade própria.

🎭 Protagonistas: o que salva (parcialmente) o filme

Kerry Washington é o verdadeiro centro da narrativa.

Ela vive uma agente endurecida por traumas, tentando equilibrar instinto materno com frieza profissional. Sua atuação é sólida, mesmo quando o roteiro a limita com falas genéricas ou motivações mal exploradas. Ela carrega o filme nas costas com convicção e entrega momentos de vulnerabilidade e ação com intensidade.

Omar Sy, carismático, mas subutilizado.

Ele tem presença e domínio de cena, mas seu personagem é menos interessante e mal construído. Falta conflito interno, falta espaço para desenvolver qualquer camada dramática além do básico. Ele e Kerry têm química, sim, mas o roteiro não sabe o que fazer com isso.

🔫 Cenas de ação: colagem apressada

Talvez o maior problema do filme esteja aqui: as sequências de ação são um amontoado de clichês visuais, sem coerência espacial, sem criatividade.

Cortes rápidos demais, que atrapalham a coreografia e confundem o espectador. Câmera tremida em excesso, usada para criar tensão, mas que só deixa tudo bagunçado. Cópias óbvias de outros filmes: saltos à la John Wick, perseguições genéricas estilo Bourne, explosões em câmera lenta que já vimos dezenas de vezes.

Nada se destaca. Tudo parece reciclado.

🧱 Roteiro: esboço de um bom filme

O enredo tem potencial dramático — casal separado, redenção, proteção de um filho em meio ao caos — mas tudo é tratado superficialmente. Não há tempo para desenvolver os personagens com profundidade. As motivações são jogadas rapidamente e os conflitos morais desaparecem quando seria mais interessante aprofundá-los.

Além disso, os diálogos parecem tirados de um gerador de frases de filmes de ação. São frases prontas, pouco humanas, que enfraquecem até as boas atuações.

🎥 Direção e estilo: genérico, sombrio, esquecível

A fotografia aposta em tons escuros, mas sem variação visual. Fica tudo cinza, tudo sem vida. A trilha sonora tenta elevar a tensão, mas é repetitiva e genérica. A direção não encontra tom: em alguns momentos parece um drama de família, em outros tenta ser um filme de ação frenético — e não acerta em nenhum dos dois.

✔️ Pontos positivos

Kerry Washington segura bem o protagonismo. Há uma tentativa de equilibrar ação com laços familiares. A premissa (em tese) é interessante.

❌ Pontos negativos

Direção e montagem atrapalham a experiência. Ação genérica e sem impacto. Roteiro superficial e personagens subdesenvolvidos. Não entrega nada que já não tenha sido feito — e melhor — por outros filmes.

🏁 Veredito final

Shadow Force: Sentença de Morte é um filme que tenta misturar ação eletrizante com drama familiar, mas falha ao entregar ambos. É um produto de ideias recicladas, montado às pressas, e que não confia na inteligência do espectador. Kerry Washington tenta elevar o material com profissionalismo, e por vezes consegue — mas nem mesmo sua força é capaz de salvar um filme tão perdido em sua própria sombra.

⭐ Nota: 4/10

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