Saúde: Comunicação alternativa auxilia pacientes com limitações de fala na Casa de Cuidados do Ceará

“Imite um animal e faça seus colegas adivinharem qual é”. Essa frase, comum em brincadeiras de adivinhação e mímica na infância, pode ir além de um momento de diversão. A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), por meio da equipe de Terapia Ocupacional , realizou durante essa semana, atividades de mímica para cultivar a comunicação alternativa de pacientes com limitações de fala assistida na unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) .

“A intenção é incentivar pacientes que não se comunicam de forma verbal a adotarem a linguagem não-verbal (sem fala) por gestos ou rastreamento ocular, assim como também incentivar essa linguagem como ferramenta informativa valiosa para acessar a comunicação de pacientes com afasia , que não falam devido a sequelas neurológicas , e que usam a prancha de comunicação ou a mímica como meio para suas necessidades e desejos”, explica a terapeuta ocupacional Gardênia Leão.

Durante a ação, o profissional explica o funcionamento da dinâmica, certificando-se de que o paciente está entendendo. Em seguida, mostra imagens de animais, objetos e ações, para que ele possa comunicar, por mímica, a muitos pacientes, que devem decifrar a imitação. Ao final da atividade é apresentar uma prancha de comunicação ao paciente.

A prancha é uma ferramenta bastante utilizada na modalidade de comunicação alternativa, pois permite que pacientes que estão impossibilitados de falar por algum motivo, expressem suas necessidades, dores e desejos , promovendo maior autonomia e bem-estar emocional . Além disso, facilita a comunicação com a equipe de saúde, auxiliando no tratamento e na desospitalização.

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Há pranchas de comunicação de diferentes formatos e temas, entre elas pranchas de rotina, de atividades, de emoções e de alimentação. Uma pessoa pode usar sinais com os olhos ou apontar para esses itens na prancha para comunicar o que deseja ou precisa.

A prática também promove maior independência e melhoria da interação social. Vladina Lima, 39 anos, está cuidando do marido, que tem Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) , e participou do momento. “Essa atividade foi importante para entender a importância da comunicação para quem está cuidando de um paciente impossibilitado de usar a voz, como é o meu caso. Meu esposo perdeu a voz devido à doença e com o tratamento está se recuperando aos poucos”, opina.

A freira Maria Letícia Soares (foto), 55, também é cuidadora e determinadas a atividade estimulante e um momento de descobertas com o próximo. “É muito interessante porque leva você a pensar, a descobrir-se também por meio do que é apresentado. No caso da mímica, é algo muito interessante, porque estimula esse pensamento. E nós sabemos que nessa época em que vivemos é muito difícil, porque já vem tudo pronto, a TV nos dá tudo pronto, a internet nos dá tudo pronto. Então atividades como essa fazem bem para a saúde física, psíquica e emocional”, avalia.

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