
De acordo com estudos, crianças com idades entre 9 e 11 anos nos Estados Unidos que utilizam telas de aparelhos eletrônicos por muito tempo têm mais probabilidade de desenvolver transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) um ano depois, concluiu o estado. E as redes sociais são as principais culpadas.
Cada hora gasta nessas telas, como uso de redes sociais, foi associada a um risco 62% maior de ter a doença, enquanto cada hora gasta assistindo televisão ou filmes foi associada a um risco 39% maior, descobriu o estudo.
Com a pandemia, levou muitas pessoas a terem mais distúrbios alimentares, e consequentemente aumentou o uso de computadores, TV entre adultos e crianças.
*Para se ter uma ideia, os transtornos alimentares afetam cerca de 4,7% dos brasileiros, sendo que entre os adolescentes esse índice pode chegar até a 10% da população, de acordo com levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde).*
Um transtorno alimentar pode trazer graves consequências para o desenvolvimento, acarretando prejuízos cognitivos e até distúrbios de crescimento. O tratamento dos transtornos alimentares em crianças e adolescentes envolve uma equipe multiprofissional, que conta com médico, psiquiatra, psicólogo e nutricionista. É importante que sejam feitas terapia familiar, terapia individual e uma reeducação alimentar.
Para comentar sobre o assunto, temos o especialista:
Dr Lucas Bifano Mendes Brito – Psiquiatra especializado em gestão e cuidados de medicina de família pela UFMG e Psiquiatria pelo instituto IPEMED Ciências Médicas. Com formação médica pela Faculdade de Medicina de Ipatinga (MG), tem vasta experiência quando o assunto é saúde pública e mental, tendo tido destaque em seu trabalho relacionado ao uso dos jogos eletrônicos e sua relação com a saúde mental. Desde então, trabalha no setor público como médico da família e psiquiatria no setor privado. Atualmente, faz parte do Grupo de estudos Lúdicos (vertente de estudos formada por grandes universidades brasileiras, como a USP), ao lado de grandes nomes nacionais do meio acadêmico, acompanhando diversos estudos e possíveis publicações para mestrado e doutorado. Ele também já foi auditor da secretaria da saúde de Coronel Fabriciano (MG) até o ano passado, tendo atuado na linha de frente do combate ao COVID. É referência em seu município (Ipatinga) e região na promoção e prevenção da saúde. Ainda atua na rede pública de saúde no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Ibiá (MG).